2.11.16

Sobre amores superficiais e esperas

Faz um tempo que não me envolvo com alguém. E faz anos que não me envolvo de verdade com alguém. Quando falo de verdade, me refiro àquela sensação gostosa de trocar olhares e sorrisos com alguém, começar a conhecer e construir o relacionamento aos pouquinhos.

Tenho pensado nisso ultimamente. Não que eu esteja com vontade de me envolver com alguém, mas tenho pensado no quanto as coisas se tornaram simplórias e mecânicas demais. É só baixar um aplicativo, fazer um perfil e sair olhando as opções, como se estivesse folheando um catálogo de cosmético. Depois é só marcar um encontro, começar a se agarrar, talvez ir para a cama e ver se alguma coisa vai dar certo.

Definitivamente eu não quero isso. Essa facilidade para conhecer pessoas até podia me interessar antes, quando a maioria dos meus relacionamentos nasciam da internet, mas hoje em dia, não mais. Tampouco quero a obrigação de me agarrar ou transar no primeiro encontro. 

Pode ser que eu esteja me iludindo, mas prefiro continuar sozinha e esperar. Esperar por um encontro especial. Esperar pelo par de olhos que vai atrair os meus. Esperar pelas borboletas no estômago. Esperar pelas conversas e pelos sorrisos de alegria cada vez que descobrirmos que gostamos das mesmas coisas. Esperar pelo alguém imperfeito, porém perfeito para as minhas necessidades. Esperar por esse pequeno milagre nestes dias tão superficiais.