31.7.15

Leituras de julho

Os Anos, Virginia Woolf 
Quando terminei a última linha, mal acreditei. Depois de tantos meses sem conseguir avançar nos capítulos, fiz um esforço extra e finalizei a leitura. Basicamente, a história acompanha vários membros da família Pargiter ao longo de cinquenta anos. Como eu disse, basicamente.

O livro não conta de forma detalhada o que aconteceu com cada personagem, há apenas acontecimentos isolados – uma festa de família, uma reunião, um almoço na casa das primas – combinados com descrições de cenários e ambientes, diálogos e fluxos de consciência. Às vezes, durante a leitura, fica uma sensação de frustração, pois sobram muitas lacunas e eu, como leitora, gostaria de respostas.

É um livro cansativo, têm partes que parecem mais uma viagem alucinada, alguns personagens se tornam chatos de tão ridículos, outros parecem que não têm juízo; mas pela importância literária que Virginia Woolf tem, acredito que vale a pena.

“Vai ser um romance-ensaio intitulado de The Pargiters. E vai incluir tudo: sexo, educação, vida, etc.; e vou percorrer, com os pinotes mais poderosos e ágeis, os anos de 1880 até hoje”.  (Virginia Woolf, 2 de novembro de 1932)

10.7.15

Apatia literária

De tempos em tempos eu sinto a necessidade de um livro que me empolgue. Parece que quando minhas leituras começam a se arrastar, o resto entra no mesmo ritmo. Pelas minhas contas, faz três meses que estou tentando ler Os Anos, de Virginia Woolf. Não que o livro seja muito complexo ou a escrita experimentalista demais, a questão é que eu sinto falta de devorar um livro em poucos dias. Sinto falta de uma história envolvente.

Lembro que anos atrás eu li Anjos e Demônios, do Dan Brown, em dois dias. Li Factótum, do Bukowski, num sábado. E a trilogia Millennium, do Stieg Larsson, terminei em menos de dois meses (só não foi mais rápido porque dependi do prazo de entrega da loja). 

Ressacas literárias são comuns, mas a grande razão desse marasmo é que não posso comprar livros. Tenho que me virar com o que tenho na estante, e, diga-se de passagem, não é um acervo tão atraente assim. Então, por que vou me apressar para terminar um livro que é chato, se em seguida vou ler um mais chato ainda? 

Já nem sei se foi uma boa ideia querer zerar a estante. Haja força de vontade. Enquanto isso, as livrarias vão pipocando lançamentos e esfregando promoções na minha cara.