De súbito, Alex levanta de sua cama incomodado por um barulho irritante. Procurou desorientado por uma razão e lá estava, dentro de seu ouvido, o inseto batedor de asas, perdido em seu destino.
Instintivamente, Alex começou a sacudir a cabeça e a dar tapas em seu ouvido, numa tentativa insana de fazer aquele tormento parar. Mas o inseto parecia ser a prova de qualquer tipo de ataque, e continuou com o seu bater de asas.
Alex então, totalmente desperto e entregue a sua agonia, pôs-se a rodar pela casa, como para distrair a mente e esquecer o incômodo.
Sentou no sofá e ligou a televisão. Não havia nada que prestasse. Apenas as velhas coisas de sempre. A mesma apresentadora loira e peituda, as mesmas apelações e o mesmo sentimento de burrice que se impregnava, cada vez que seu olhar se perdia no brilho azulado das imagens patéticas.
Estava cansado e de saco cheio daquilo, do vazio ao seu redor e do minúsculo artrópode que o afligia. Voltou ao quarto, vestiu um casaco e resolveu sair andando pelas ruas geladas e desertas, daquela cidade tão suja e carente.
Com as mãos enfiadas nos bolsos, observou as cores da noite, aspirou a brisa úmida e sentiu o gosto das estrelas.
Meia-hora depois, havia chegado à ponte que cortava a cidade, e percebeu que o zumbido parara. Sim, então era isso, pensava Alex, enquanto olhava para o rio escuro embaixo dos seus pés. Não tinha como fugir, sua consciência não o deixaria em paz. E ele sabia que aquilo era tudo culpa do seu estúpido orgulho. E da sua fraqueza em não superar seus medos.
Olhou mais uma vez para o rio, lembrando de imagens passadas e felizes, ali mesmo, naquela velha ponte, e decidiu voltar para casa. Os zunidos de sua consciência o obrigavam a consertar seus erros.
Então, agora agonizando com o farfalhar das borboletas em seu estômago, pegou o telefone, discou o número que nunca saía de sua cabeça e esperou pela voz sonolenta do outro lado.
- Por favor, não desligue.
Não ouviu resposta alguma. Aproveitou e começou a falar, antes que uma súbita negação o atrapalhasse.
- Talvez não importe mais... Mas eu me arrependo do que fiz. Achei que tivesse escolhido o certo, mas... meus planos ainda são você.
Silêncio. Segundos intermináveis de silêncio, quebrados apenas pelo som da respiração acelerada e dos pensamentos incertos.
- Volte. – respondeu ela, cedendo às dores do seu coração.
* Para Diogo, pelo parágrafo dado, e por me testar.
Instintivamente, Alex começou a sacudir a cabeça e a dar tapas em seu ouvido, numa tentativa insana de fazer aquele tormento parar. Mas o inseto parecia ser a prova de qualquer tipo de ataque, e continuou com o seu bater de asas.
Alex então, totalmente desperto e entregue a sua agonia, pôs-se a rodar pela casa, como para distrair a mente e esquecer o incômodo.
Sentou no sofá e ligou a televisão. Não havia nada que prestasse. Apenas as velhas coisas de sempre. A mesma apresentadora loira e peituda, as mesmas apelações e o mesmo sentimento de burrice que se impregnava, cada vez que seu olhar se perdia no brilho azulado das imagens patéticas.
Estava cansado e de saco cheio daquilo, do vazio ao seu redor e do minúsculo artrópode que o afligia. Voltou ao quarto, vestiu um casaco e resolveu sair andando pelas ruas geladas e desertas, daquela cidade tão suja e carente.
Com as mãos enfiadas nos bolsos, observou as cores da noite, aspirou a brisa úmida e sentiu o gosto das estrelas.
Meia-hora depois, havia chegado à ponte que cortava a cidade, e percebeu que o zumbido parara. Sim, então era isso, pensava Alex, enquanto olhava para o rio escuro embaixo dos seus pés. Não tinha como fugir, sua consciência não o deixaria em paz. E ele sabia que aquilo era tudo culpa do seu estúpido orgulho. E da sua fraqueza em não superar seus medos.
Olhou mais uma vez para o rio, lembrando de imagens passadas e felizes, ali mesmo, naquela velha ponte, e decidiu voltar para casa. Os zunidos de sua consciência o obrigavam a consertar seus erros.
Então, agora agonizando com o farfalhar das borboletas em seu estômago, pegou o telefone, discou o número que nunca saía de sua cabeça e esperou pela voz sonolenta do outro lado.
- Por favor, não desligue.
Não ouviu resposta alguma. Aproveitou e começou a falar, antes que uma súbita negação o atrapalhasse.
- Talvez não importe mais... Mas eu me arrependo do que fiz. Achei que tivesse escolhido o certo, mas... meus planos ainda são você.
Silêncio. Segundos intermináveis de silêncio, quebrados apenas pelo som da respiração acelerada e dos pensamentos incertos.
- Volte. – respondeu ela, cedendo às dores do seu coração.
* Para Diogo, pelo parágrafo dado, e por me testar.
goatei muito do jeito como as coisas tomaram um rumo diferente ao longo da história, e principalmente da sensação de borboletas no estômago!
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