Sobre um domingo qualquer

Todo domingo carrega em si um quê de tristeza, principalmente lá pelo final da tarde. Talvez por eu estar sozinha aqui, ou por ainda não ter ouvido o som da voz, fazendo aquelas piadas sem-graça e complementando minha rotina. Não sei. O fato é que estou cansada para pensar e desejo apenas me entregar ao ócio das drogas culturais. Portanto, sento no sofá, ligo a televisão e surgem os velhos programas idiotas.

Depois levanto, caminho sobre o tapete, dou uma olhada pela janela e vejo o alaranjado no céu. Volto para a televisão. Num canal qualquer encontro um jogador de futebol correndo sem camisa, e lembro do seu corpo. Me vem um êxtase ao pensar em seus músculos e ao lembrar do gosto da sua pele e do calor da sua boca. Ou do quanto somos um perigo juntos.

Assim, entre uma apresentadora loira e um show de uma banda desconhecida, descubro que estou sentindo saudades. E que você já não é mais tão ausente em mim.