Querido R.,

Me leve outra vez para a escuridão do seu quarto, e para o calor da sua língua. Me faça agonizar sob o toque dos seus dedos, e perder a consciência com o poder da sua fraqueza. Me olhe outra vez com desejo, e diga que sou um enigma. Sinta outra vez o medo de se render àquela deitada na sua cama, despida de corpo e alma, segurando as batidas do coração, e evitando os romantismos.

Paixões repentinas sempre foram um risco para mim. Mas o que eu posso fazer, se até mesmo as pessoas que vivem cercadas por muros, conseguem ser derrubadas um dia? Ah, querido... Suas marcas continuam em mim. O cheiro do seu corpo sobre o meu. A sua voz incrustada nos meus miolos. E o seu rosto nos meus desejos.


Ironicamente sua,

G.