6.6.10

Sobre sonhos e vontades*

Umas duas semanas atrás, depois de uma tentativa frustrada de fazer algumas fotos na praia, passei um tempo conversando com um amigo no prédio dele. E então ele me perguntou quais eram os meus sonhos. Não sei bem. Quase todos eram relacionados à minha vontade de escrever, de fazer livros, roteiros, coisas assim. De ser escritora.

Depois veio o vestibular, a faculdade, os sonhos de emprego, carreira e independência. Mas acho que tudo isso são apenas vontades. Na verdade não sei direito. Apenas o enrolei e disse qualquer coisa. O engraçado é que me peguei pensando nisso. E percebi que neste exato momento, a coisa que mais “sonho” é relaxar. Relaxar de verdade.

Acordar tarde e ficar jogada na cama, sem precisar pensar na lista de tarefas que tenho que cumprir ao longo do dia. Ficar em casa comendo besteiras, de camisola e pantufas. Ficar um dia sem me preocupar com a faculdade, com a pesquisa, com os gastos, com o que vou comer ou se o tempo vai dar para fazer tudo. Passar a tarde no sofá, assistindo filmes bobos de romance e chorando por algo que só existe na tela. Relaxar com o espelho, com o meu cabelo, com o meu corpo, com o amor, com o sexo, com as minhas responsabilidades, com o que pensam de mim, com o que esperam de mim. Mas a todo lugar que eu vou sempre tem uma porção de regras a cumprir. E um milhão de cobranças em minha cabeça.

Tudo bem. Eu não costumo parar para pensar em sonhos. Apenas vivo e vou seguindo as coisas – sempre esperando o dia em que poderei jogar tudo para o alto.

Texto escrito em outubro de 2009*

Um comentário:

  1. A gente nunca sabe ao certo o que quer, essa é a grande verdade do mundo, suponho.

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Oi, tudo bem? :)