Deixe-me

Não terminei a monografia. Aliás, nem comecei a fazer de fato. Tudo se resumiu em leituras, pesquisas, reuniões com o orientador e discussões – muitas. Mas eu precisava escrever. Por algum motivo que espero ser além de desabafo.

Para começar, estou sem vontade de produzir. As idéias me chegam e no mesmo instante esqueço todas com o meu ócio. Não consigo sentar e começar um capítulo ou criar justificativas e metodologias. Até mesmo o twitter virou uma pedra no sapato e um balde de bobagens.

Sei lá. Sempre sou a que carrega tudo nas costas, a menina bonitinha e responsável. O que poucos sabem é que sou a menina que se ferra com dores de estômago e que passa a madrugada com a cabeça enfiada na privada, vomitando o cardápio e padecendo com crises de enxaqueca.

Talvez o meu amigo tenha razão. Estou chutando o balde para tudo. Mas porque já não me importo mais. Entrei em crise, me descabelei, quis sumir. O que mudou? Nada. Nenhuma página se escreveu sozinha e nenhuma pesquisa avançou. Por isso quero outra dose de vodca com morangos e uma noite de sono perfeita. Quero sair no meio da noite e me distrair entre beijos e espasmos. Quero aproveitar o resto de vida ilusiva que tenho e compensar cada momento perdido.

Não me critique por isso. Justo a mim, que tento não julgar ninguém e levar tudo na base da psicologia. Por favor, me deixe aqui. Me permita um dia de distração. E seja você a minha distração.

" - Who are you?
- Whoever you want me to be. " (The O.C.)