Com emoção

Eu tinha que ter escrito algo sobre isso no mês passado. Só que eu estava lerda demais para acreditar e cheia de adrenalina para conseguir ficar quieta. Mas enfim! Quem sempre está por aqui sabe que me formei em Jornalismo (não tenho aquela frescura de dizer que, na verdade, o curso é Comunicação Social com habilitação em Jornalismo). Contudo, o que ninguém sabe é que eu quase perdi a formatura.

Tinha sido um dia de muito sono, com um tal de “ensaio da cerimônia” pela manhã, e que não deu certo pois quase ninguém apareceu. Aproveitando isso, uma amiga perguntou quem iria me levar à noite e respondi que ainda não havia pensado. Segundo a chefe do cerimonial, os formandos deveriam chegar entre às 17h30 e 18h para assinar a ata e garantir a subida no palco.

Fui a várias reuniões, ouvi o mesmo recado para chegar cedo, mas nem sempre as coisas dão certo. Às 18h eu estava saindo da maquiagem, precisava ir para casa vestir a beca e então pegar uma carona com a amiga. Aqui então começam os problemas.

Levei mais tempo do que deveria até conseguir chegar (o trânsito sempre atrapalhando a vida), liguei para a amiga e olha só: ela estava totalmente atrasada, acho que finalizando o cabelo. Tudo isso e já era quase 19h, e ainda tinha um longo caminho até chegar à universidade.

Pulando detalhes, posso dizer que nesse dia eu tive vários motivos para infartar. Mesmo super atrasadas, lá fomos nós duas de beca, usando salto alto e correndo por cima das pedrinhas do estacionamento. Eu chorando, com as mãos tremendo e num desespero completo. Motivo: cheguei lá só depois que haviam chamado meu curso. Mas para minha sorte, e benção de Deus, ainda pude assinar a ata e entrei com os formandos de História ou Ciências Sociais – não lembro.

Depois, já aliviada, tive uma noite incrível, com o coração saltitando de felicidade ao ser chamada para subir no palco (apesar de pularem meu nome e colocarem outra pessoa na minha frente). E mais felicidade ainda quando cantamos o último verso do hino nacional e jogamos os chapeuzinhos ou canudos ou qualquer troço que estivesse na mão! Puta que pariu, agora somos formados!

Queria escrever algo que não parecesse um texto de diário, mas é inevitável. Falar sobre a formatura, e sobretudo como quase a perdi, não cabe em um conto inventado. Como disse a minha amiga de atraso, as coisas com a gente são “com emoção”. Por isso, perdoem o jeito desajeitado.