22.8.11

Beleza particular

Apesar do sono, e de eu não ter começado a semana de um jeito metodicamente organizado, a segunda-feira me pareceu mais leve. As águas do rio em frente ao mercado brilhavam como pisca-piscas e a cor acinzentada me pareceu estranhamente bonita, como se o rio estivesse menos poluído e fedorento. O céu ao redor parecia mais azul e até o sol tinha um calor suportável, mesmo andando em um carro sem ar-condicionado.



Aos meus olhos míopes, as pessoas pareciam mais tranquilas, os rostos do dia a dia estavam mais bonitos e eu tinha que me esforçar para não sorrir demais, e parecer que meu café da manhã tinha sido à base de alucinógenos. E eu me sentia mais bonita, mais paciente – o que é um grande paradoxo, levando-se em conta que fico extremamente irritada quando estou com sono – e com uma vontade doida de conversar, fotografar as árvores pelo caminho e dar bom dia a todo mundo.



Mas deixei tudo isso guardado na mente, para que ninguém pensasse que sou louca, para não ter que explicar o motivo do meu sorriso, para não estragar minha tão sonhada alegria. Para não ter que revelar detalhes de algo que é único, mágico e completamente inesperado, nesse meu caminho cheio de tropeços. Porque as coisas que me deixam feliz de verdade, e abobada com o tanto que me deixam feliz de verdade, prefiro que fiquem só para mim. E para o moço bonito que me deixou assim.



3 comentários:

  1. E como é bom enxergar o mundo assim e sorrir por dentro, sem precisar justificar ou dar satisfação a ninguém. =)

    Um beijo!

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  2. "Soltar sorrisos na rua". A alma pequena tão doce. É bom sentir-se assim, algo flutua sem a gente saber.

    Um beijo.

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  3. Ah, isso é uma delicia! É paixão, como eu disse no meu post, transborda!
    Beijos, Lara!

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