26.10.11

Bicho-preguiça

O moço pergunta como eu consigo dormir tanto, enquanto ele faz isso apenas por obrigação. Mas a resposta está na hereditariedade, nos dissabores de ter estudado em uma universidade pública desregrada e na minha inaptidão em acordar cedo.

Veja bem. Meu avô, meu pai e meus tios dividem a mesma mania de dormir em qualquer canto que encostem e por longos instantes. Eu não cheguei nesse ponto, embora precise daquele cochilo básico depois do almoço para garantir meu humor. Mas se eu tivesse que escolher apenas um único culpado para o meu ‘dorminhoquismo’, apostaria todas as fichas na universidade. 

Ninguém permanece normal após experimentar aulas em horários confusos. Por exemplo, numa manhã eu tinha aula às 7h, noutra começava às 11h ou então às 9h. Sem esquecer que durante o primeiro período o curso era pela tarde, mas resolveram fazer uma reforma e transformá-lo em matutino. Acho que nem preciso comentar o tanto que praguejei e enchi meus coleguinhas com minha cara de revolta.

E engraçado que até o último ano do ensino médio eu sabia acordar cedo. Hoje sofro e só consigo levantar porque um despertador estridente fica ao pé do meu ouvido. Se não fosse isso, a vida só começaria depois das nove da manhã. De preferência com torradas e café feito na hora.

Mesmo com o moço fazendo piada dos meus hábitos de bicho-preguiça, o jeito é continuar indo dormir cedo e tentar equilibrar as horas de sono que preciso e as horas que sou permitida ter. Porque, minha gente, rodar a cidade no sol quente (num carro sem ar-condicionado) e espremer o cérebro para escrever entusiasmadamente todos os dias (com fome e passando do horário), é deveras cansativo.

Mas olha só, moço, apesar de tudo eu ficaria muito honrada em dividir a cama do meu sono com você. E eu prometo que faria de tudo para permanecer acordada.

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