Um antigo namorado sofria com enxaqueca e dizia que, nos momentos de crise, a única vontade era dar um tiro na cabeça. Eu, que não sabia o que era uma dorzinha de cabeça há vários anos, achava que era exagero dele. Mas o mundo gira, certo?
Só que diferente dele, não desejo uma arma. E muito menos atirar em minha pobre cabeça latejante. Eu choro, fico mal humorada, viro monossilábica e ando desesperada de um lado para o outro. Com a sensação de que meu crânio vai explodir e sentindo todas as veias da testa e têmporas saltando.
Noutras vezes entro no chuveiro gelado e pouco me importa se meu cabelo foi recém-escovado. Ou encho a testa com compressas de gelo, me encolho no sofá e apago todas as luzes. Ou visito o banheiro e revelo ao vaso tudo o que comi durante o dia.
Em crises assim, geralmente tomo um sedativo natural e rezo para dormir. Com alguma sorte, o único remédio que ainda posso tomar (vida de alérgico não é fácil) consegue contornar a dor. Mas dessa vez, um pequeno torcicolo no pescoço misturado com meu estresse por não conseguir fechar as matérias que devia, desencadeou numa crise que se estende até agora. E sem previsão de ir embora, justamente por hoje ser quarta-feira, dia de finalizar a edição do jornal. #oremos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Oi, tudo bem? :)