- Eu gosto de você.
- É? Por quê?
- Não sei, só gosto.
- Mas tem que ter um motivo. Não dá para gostar só por gostar.
- Ah, sei lá. Eu gosto do jeito como você entorta a mão toda vez que deita na cama. Gosto dos seus olhos saltados, mesmo que todo mundo diga que eles são assustadores. Gosto do seu jeito de falar e dos seus dentes tortos. Gosto da sua mania de se olhar no espelho e arrumar o cabelo, enquanto faz uma porção de caretas. Gosto das suas ironias e dos seus textos. Gosto do seu sotaque cheio de peculiaridades e de quando me chama por nomes engraçadinhos. Gosto das suas explicações sobre psicologia e astrologia. Gosto das músicas que você escolhe, por mais depressivas que soem num domingo à noite. Gosto da sua cara de besta quando perde tempo em discussões no facebook ou quando anda por aí arrastando os pés. Gosto dos seus beijos desastrados, da sua barba sempre para fazer e de tudo o que se esconde sob suas roupas. Gosto da sua cara de convencido toda vez que tenta me ensinar a dançar, e eu toda dura mal saio do lugar. Gosto do seu jeito desencanado e dos seus questionamentos antropológicos. Gosto da facilidade que você tem para criar ideias absurdas. Gosto de não conseguir te odiar por mais de um dia seguido, mesmo que eu queira. Gosto do seu mistério e da animação no seu 'oi', sempre que você atende ao telefone. Gosto da sua cama dura, do seu lençol verde e do edredom que quase destruí. Gosto do seu jeito de reclamar das coisas, da sua anti-socialidade e do seu jeito inquieto. Gosto de como você se contorce todo quando ri de alguma coisa, e de como você consegue rir de coisas absurdamente idiotas. Gosto de coisas jamais publicáveis e que me fazem suspirar só de pensar. Gosto de você por tudo isso e simplesmente por gostar. Talvez mais do que eu deveria ou você merecia. Sem nenhum motivo ou explicação científica.
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