26.1.12

Carta para um sonho

Ou o que se materializava enquanto eu corria de noiva.

Sinto muito se meu coração faz cócegas desde o dia em que te conheci. Sinto muito se não posso ser verdadeira o tempo inteiro. Para isso eu teria que passar a mão entre seus cabelos ralinhos, te abraçar com ternura e sussurrar desejos em seu ouvido. Sinto muito se não ligo com freqüência, mas cada vez que escuto sua voz acontece um terremoto em minha alma. Sinto muito se evito palavras na hora do sexo, mas saiba que minha vontade era gritar vários eu te amos, entre um orgasmo e outro. Sinto muito se sumo e volto como se nada houvesse acontecido, mas não agüento olhar para ti e saber que mal se importa comigo. Sinto muito por minhas crises de ciúme, mas é doloroso quando escuto suas lembranças. Sinto muito por meu silêncio, que corrói meu peito, mas temo que se você soubesse a verdade, eu não poderia, nem ao menos, me contentar com as migalhas que me dá. Sinto muito por te amar, coisa que nunca será pecado, deliberado ou em segredo, mas que nunca será mútuo.

Sinto muito por tantas coisas. E enquanto meu coração dispara e meus sentimentos explodem, imagino como seria se no final desta corrida tresloucada você estivesse lá. Me esperando com a mesma certeza e a mesma vontade. De juntar os pronomes e transformá-los em apenas um. De simples ele e ela, vencermos os infortúnios do subjuntivo, formando um nós.


Com direito a trilha sonora.

3 comentários:

Oi, tudo bem? :)