Acho que foi inveja. Assim que chegou, percebi que ela era muito do que eu queria ser e ter. Afinal, nunca pude ir à Europa, não tenho amigos poetas, e nem me visto daquela maneira excêntrica e alternativa que só os artistas sabem ter.
Também não falo várias línguas, não sei dançar balé e muito menos levo jeito para fotografar, pintar ou enxergar e sentir o mundo de forma zen ou surreal.
Sei que não tenho um pai estrangeiro, mas um que desce cedo aprendeu o que são escolhas e sacrifícios, e que aprendeu a viver dos calos nas mãos e da difícil tarefa de erguer paredes de sonhos.
E sei que também não tenho uma mãe poliglota e liberal, mas uma que precisou crescer e se libertar das amarras de seus medos e repressões. E um irmão que apesar de amá-lo muito, durante anos mal consegui suportar, e uma irmã que acredito ser um dos anjos de Deus, e a quem considero como filha.
Sim. Num primeiro, segundo ou terceiro momento foi inveja. Da vida, das oportunidades, das qualidades e de alguns amores. Depois, quem sabe, talvez um pouco de ciúme e raiva – por certas coisas, meio bobas.
Pelo menos até o dia em que li um de seus textos, e descobri que ela era tão imperfeita e cheia de problemas quanto eu.
Então, passei a vê-la de outro jeito. Mais simples e menos encantado. E senti algo meio como pena e compreensão, por ver que ela era tanto e ao mesmo tempo tão pouco. De alma. E coração.
Também não falo várias línguas, não sei dançar balé e muito menos levo jeito para fotografar, pintar ou enxergar e sentir o mundo de forma zen ou surreal.
Sei que não tenho um pai estrangeiro, mas um que desce cedo aprendeu o que são escolhas e sacrifícios, e que aprendeu a viver dos calos nas mãos e da difícil tarefa de erguer paredes de sonhos.
E sei que também não tenho uma mãe poliglota e liberal, mas uma que precisou crescer e se libertar das amarras de seus medos e repressões. E um irmão que apesar de amá-lo muito, durante anos mal consegui suportar, e uma irmã que acredito ser um dos anjos de Deus, e a quem considero como filha.
Sim. Num primeiro, segundo ou terceiro momento foi inveja. Da vida, das oportunidades, das qualidades e de alguns amores. Depois, quem sabe, talvez um pouco de ciúme e raiva – por certas coisas, meio bobas.
Pelo menos até o dia em que li um de seus textos, e descobri que ela era tão imperfeita e cheia de problemas quanto eu.
Então, passei a vê-la de outro jeito. Mais simples e menos encantado. E senti algo meio como pena e compreensão, por ver que ela era tanto e ao mesmo tempo tão pouco. De alma. E coração.
um belo texto. Gostei do sentido que vc deu e usou as palavras aí dentro.
ResponderExcluirHoje é o segundo texto com gotas de inveja que leio.
ResponderExcluirLindo o conto sobre as mazelas do ser humano. Tão comum o que você sentiu.. E sim, sentiu-se aliviada por saber que ela é tão ou mais "sofredora" que você.
belissimo!!
e o que você ganhou postando isso?
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