Às vezes sinto falta da minha época de caloura, quando a turma ainda era grande, e a gente costumava passar as tardes rindo e falando besteiras no dce.
Era tudo muito bom e engraçado, mas admito que em algumas situações eu me sentia meio deslocada do resto da turma.
Além de falarem sobre bandas ou livros que eu não conhecia, a maioria deles tinha mania de falar sobre cinema, e falavam de um jeito tão firme, que até pareciam críticos ou cineastas.
Eu ficava na minha, sem falar nada. Afinal, o que eu teria para dizer depois de ter passado um ano inteiro em casa, enfiada em livros, fórmulas e equações? Além disso, tinha muito tempo que eu não ia ao cinema, e meus últimos filmes haviam sido os da sessão da tarde ou do supercine.
Para muitos irei parecer uma caipira ignorante, mas pelas minhas contas tem pelo menos uns oito anos que não vou ao cinema. É, eu sei. É um absurdo total. Mas minha adolescência oscilou entre o problema de coração da minha irmã, e a responsabilidade de ajudar a criá-la, e na falta de companhias confiáveis.
O engraçado é que até hoje não sinto falta de cinema. Quer dizer, da sala de cinema. Mas melhorei minhas relações depois de ter pegado três disciplinas seguidas sobre cinema. E depois de adotar o costume de ver, pelo menos uma vez por mês, algum filme não-comercial ou antigo.
E isso me lembra o subtítulo de uma matéria, que li pela metade, na piauí do mês passado: “O desenvolvimento da personalidade, os relacionamentos que ajudam a nos definir, o emprego que dá status, os bens materiais, as férias no estrangeiro, a poupança, a acumulação de façanhas sexuais, as visitas à academia, o consumo de cultura. Tudo isto resulta em felicidade, não é? Este é o mito que escolhemos[...]”.
Então. Há pessoas, ignorantes como eu, que também escolhem formas menos pré-fabricadas de felicidade.
p.s: e agora, com minha claustrofobia, acho bem difícil voltar às salas de cinema. hahaha.
Era tudo muito bom e engraçado, mas admito que em algumas situações eu me sentia meio deslocada do resto da turma.
Além de falarem sobre bandas ou livros que eu não conhecia, a maioria deles tinha mania de falar sobre cinema, e falavam de um jeito tão firme, que até pareciam críticos ou cineastas.
Eu ficava na minha, sem falar nada. Afinal, o que eu teria para dizer depois de ter passado um ano inteiro em casa, enfiada em livros, fórmulas e equações? Além disso, tinha muito tempo que eu não ia ao cinema, e meus últimos filmes haviam sido os da sessão da tarde ou do supercine.
Para muitos irei parecer uma caipira ignorante, mas pelas minhas contas tem pelo menos uns oito anos que não vou ao cinema. É, eu sei. É um absurdo total. Mas minha adolescência oscilou entre o problema de coração da minha irmã, e a responsabilidade de ajudar a criá-la, e na falta de companhias confiáveis.
O engraçado é que até hoje não sinto falta de cinema. Quer dizer, da sala de cinema. Mas melhorei minhas relações depois de ter pegado três disciplinas seguidas sobre cinema. E depois de adotar o costume de ver, pelo menos uma vez por mês, algum filme não-comercial ou antigo.
E isso me lembra o subtítulo de uma matéria, que li pela metade, na piauí do mês passado: “O desenvolvimento da personalidade, os relacionamentos que ajudam a nos definir, o emprego que dá status, os bens materiais, as férias no estrangeiro, a poupança, a acumulação de façanhas sexuais, as visitas à academia, o consumo de cultura. Tudo isto resulta em felicidade, não é? Este é o mito que escolhemos[...]”.
Então. Há pessoas, ignorantes como eu, que também escolhem formas menos pré-fabricadas de felicidade.
p.s: e agora, com minha claustrofobia, acho bem difícil voltar às salas de cinema. hahaha.
Pois é, voltei. O tempo fora foi pouco, não deu pra colher muitos frutos..
ResponderExcluirFico feliz por você ter ficado feliz.. Pena que não voltei em grande estilo. \o/ Meu post está com jeitão "adolescente mimado de ser"
hahaha
Pior do que ir pouco ao cinema é ir muito e não entender nada.
Já fui uma "cinecopata", hoje estou tratada. Assisto regularmente, seja em casa ou no cinema. Mas, nunca fui de discutir sobre eles, eu assistia sem grandes obrigações, assistia pelo simples prazer de sentar e presenciar uma historia se desenrrolar em uma hora e meia.
Bem se é assim, eu me considero também um ignorante. Passo longe também dessa tal felicidade pré-fabricada. Os estudiosos inventam fórmulas, as pessoas as compram sem nunca ler a bula. Isso sim é ignorância!
ResponderExcluirUm abraço!
Gostei muito do blog, volto mais vezes!