Lendo uma postagem do Carpinejar, lembrei de todos os rebentos que emprestei e nunca mais vi de volta. Alguns sumiram há tanto tempo das minhas prateleiras que eu até esqueci os nomes. O mais recente deles foi um dos trópicos do Henry Miller. O de capricórnio, para ser mais exata.
Apesar de já conhecer as consequências, continuo insistindo. Comecei a criar amor pelos livros desde cedo, quando minha mãe me deu uma caixa de historinhas, mas demorei muito para aprender que essa coisa de emprestá-los é uma roubada. Quase nunca voltam – e quando isso acontece, eles caem em nossas mãos sujos, amassados e cheios de orelhas nas pontas.
Mas então, por que eu continuo emprestando? É o seguinte: comento com um amigo que tal livro é bom e então esse meu amigo se interessa em lê-lo. Educadamente eu empresto o livro e fico esperando o retorno. Bons, e educados, amigos sempre devolvem aquilo que pediram e tomam o cuidado de não estragar. O problema é quando o amigo não é tão zeloso assim, seu livro nunca volta e você começa a ficar sem jeito para pedir, com medo de perder o amigo.
Por essa razão, de um tempo para cá eu comecei a omitir meus bens literários. Evito falar dos livros que tenho e tento não emprestar nada. Às vezes peço um ou outro, como ‘o jogador’ de um amigo. Mas como sou um tanto boba e ingênua, deixei que ele levasse os meus cem anos de solidão.
Espero que essa história tenha um final feliz – ao contrário do pobre do factótum, que voltou todo amarrotado – e meu livro favorito, que nunca tive coragem de emprestar, regresse para o seu devido lugar.
Tenho romances neuróticos por livros, tenho uma série completa que me deram e adivinha onde estão? Numa caixa envoltos em plastico livre do toque humano. Adivinha quem série é? Harry Potter, rs. E não empresto nem que implore, rs. E sim, eu cuido dos livros como se até tocá-los fosse abusar deles, estranho, mas eu os amo, e cuido neuroticamente! Sorry!
ResponderExcluirbeijo minha Dama!
Charlie B.