15.3.11

Sem açúcar, sem afeto

Numa noite qualquer você percebe que durante os últimos anos, sua rotina se baseou em estudos, trabalho, estudos e decepções. Correria, cansaço, estresse. Em amigos que somem, pessoas que causam ilusões, oportunidades desperdiçadas.

E nessa mesma noite qualquer, você pensa que pode cometer um deslize, principalmente ao ver aquele amigo bonito do seu lado, te paquerando durante uma sessão de cinema. Você pensa que não é nada demais estender a noite. Afinal, você é uma nerd quase sem graça, que deseja fazer mestrado em outro estado, que passa horas lendo livros, que escuta blues e gosta de filmes antigos. Seu gosto é considerado chato e longe da maioria. Quase não sai e mal tem amigos. Por que não, então?

A consciência, meio a contragosto, dá permissão para ir, as coisas vão ficando interessantes e em questão de minutos, você está com um buraco na alma e sem saber onde pôr a cara de tanta vergonha – de si mesma.

Sim, sim. O ano mal começou e você ganha mais uma decepção. Aquele amigo, antes tão atencioso, gentil e confiável, se torna um grosseiro e não percebe sua raiva ao ceder o que tinha de mais peculiar: o direito de conhecer suas entranhas.


3 comentários:

  1. as pessoas precisam parar de ser platéia e virarem protagonista. coadjuvante também é legal, mas pagam mal

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  2. É triste pensar na inocência que se perde ao pensar que o amigo não era amigo.

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  3. até os nerds podem amar e serem amados. Okay, essa última parte eu quero que seja verdade. Bom minha Dama, as decepções sempre vem, tristemente elas vem. Eu tenho as minhas, mas as mato escrevendo uma poesia ou algo que seja bom de ler. Estou tentando.

    Beijos, Charlie B.

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