Uma borboleta bate as asas e um tufão acontece no mundo. Agora, se você é quieto, calado, poucos amigos e fica horas no computador, parabéns: você é o mais novo psicopata do pedaço. Se você conhece uma criança agitada e mentirosa, cuidado: está diante de um futuro assassino calculista e mordaz.
Chorei em silêncio quando vi as imagens na televisão, quando escutei cada depoimento e quando tentei imaginar o drama de cada família. Me indignei com o sensacionalismo, a exploração da dor humana e com a indelicadeza de muitos repórteres.
Foi uma tragédia, uma brutalidade, seja lá o nome que queiram dar. Mas, uma coisa peço aos apresentadores de jornais: não levem psiquiatras forenses ou psicólogos para suas bancadas, com o intuito de traçar um perfil do atirador. Isso apenas enche as nossas cabeças de minhocas, nos faz apontar e desconfiar dos nossos vizinhos, dos nossos amigos ou dos nossos parentes. Nos faz ter medo de levar nossos irmãos caçula para a escola, nos faz acreditar que qualquer vítima de bullying irá se revoltar e nos faz prisioneiros do medo de morrer em qualquer esquina.
Todos os dias assistimos ativamente ao fim do mundo. O garoto no ponto de ônibus que nos assalta, o motorista maluco que atropelou um grupo de estudantes, a marquise do prédio que desabou sobre a mãe e seus filhos, a batida policial que mata jovens por engano, os traficantes que perdem suas balas em inocentes, o hospital que deixa os doentes morrerem na calçada por falta de atendimento. Todos os dias saímos de casa e tentamos sobreviver.
Por isso, na hora em que conseguimos chegar ao lar, não nos encham com mais desgraças em prol da audiência. Deixem cada pai curar a sua dor, sem precisar de um repórter a cada cinco minutos lembrando tudo o que queríamos esquecer.
Chorei em silêncio quando vi as imagens na televisão, quando escutei cada depoimento e quando tentei imaginar o drama de cada família. Me indignei com o sensacionalismo, a exploração da dor humana e com a indelicadeza de muitos repórteres.
Foi uma tragédia, uma brutalidade, seja lá o nome que queiram dar. Mas, uma coisa peço aos apresentadores de jornais: não levem psiquiatras forenses ou psicólogos para suas bancadas, com o intuito de traçar um perfil do atirador. Isso apenas enche as nossas cabeças de minhocas, nos faz apontar e desconfiar dos nossos vizinhos, dos nossos amigos ou dos nossos parentes. Nos faz ter medo de levar nossos irmãos caçula para a escola, nos faz acreditar que qualquer vítima de bullying irá se revoltar e nos faz prisioneiros do medo de morrer em qualquer esquina.
Todos os dias assistimos ativamente ao fim do mundo. O garoto no ponto de ônibus que nos assalta, o motorista maluco que atropelou um grupo de estudantes, a marquise do prédio que desabou sobre a mãe e seus filhos, a batida policial que mata jovens por engano, os traficantes que perdem suas balas em inocentes, o hospital que deixa os doentes morrerem na calçada por falta de atendimento. Todos os dias saímos de casa e tentamos sobreviver.
Por isso, na hora em que conseguimos chegar ao lar, não nos encham com mais desgraças em prol da audiência. Deixem cada pai curar a sua dor, sem precisar de um repórter a cada cinco minutos lembrando tudo o que queríamos esquecer.
"Todos os dias saímos de casa e tentamos sobreviver."
ResponderExcluirMe doeu muito ver o que está acontecendo com nossa espécie. Como é possível haver tanto ódio e tanto rancor dentro de uma só pessoa?
E a mídia que não deixa as famílias em paz, sempre lembrando e relembrando da maior tragédia que muitos jamais esquecerão, da ferida que nunca se curará.
É uma pena que no jornalismo atual, a grande maioria, só se preocupe no quanto vai conseguir lucar no final de cada reportagem.
ResponderExcluirPrecisamos e queremos a informação, mas não é necessário nos massacrar todos os dias.
Gostei do seu texto, muito bom.
O que me preocupa é que a mídia dá muito mais valor no que é feio de errado, do que é feito corretamente.
ResponderExcluirTá certo que não fazer coisas erradas é a nossa obrigação, mas suponhamos que alguém queira se destacar, é muito mais fácil matando 12 crianças do que fazer uma campanha contra o Bullying, por exemplo.
E o que me preocupa é a informação excessiva sobre o caso. Ele nasceu sociopata, e era esquizofrênico. Pessoas como ele se sentem "inspiradas" pelos desastres que ocorrem. Ele não tem culpa de ter nascido assim, mas com pessoas de todo o mundo assistindo e se informando sobre isso, teremos mais chances de acompanhar outro caso como esse, de acordo com a psicologia.
Infelizmente a mídia não ajuda muito a evitar, mesmo sabendo dos perigos.
E, poxa, falei de mais.
Enfim, gostei do texto (:
Beijos :*
Sensacionalismo atual é uma das piores coisas presentes na TV brasileira,e infelizmente,é isso que dá audiência para os canais de televisão.
ResponderExcluirO primeiro parágrafo descreve bem o que os meus amigos/parentes e tudo o mais estão pensando sobre mim nesse momento, e alguns deles já me fizeram perguntas no mínimo esquisitas à respeito. Eu prefiro me calar. Esse negócio de mídia é uma das maiores pragas da atualidade. Mas, relaxa, é só o Flamengo ganhar algum campeonato que toda essa dor que as emissoras vem explorado vai sumir magicamente. E aí? Bom, e aí que se danem as famílias que estão sofrendo DE VERDADE e além da tela da minha televisão.
ResponderExcluirVivemos tempos de odes e rdenção de loas ao mau-caratismo social; o que antes seria razão de vergonha e difamação, hoje é exibido na rede, trazendo statuse reconhecimento; quiça,lucros.
ResponderExcluirE para além de ser divulgado de maneira insensível pela Mídia (como você bem colocou em sua análise), as notícias são permeadas por uma publicidade doce e colorida, empanturrando a sociedade com parafernálias tecnológicas que amortecem a mente e gordura, muuuuita gordura,que apodrecem (n)o corpo...
Primeira visita ao Escarlate!
Abraço do Maltrapa
Não assisti jornal ou qualquer programa de "entrentenimento" nesses últimos dias. Fico revoltada com o sensacionalismo que a mídia faz sobre a dor dos outros. O pior ? Há quem goste. Há quem dê motivos para o sensacionalismo.
ResponderExcluirFalou tudo o que eu queria dizer Lara. Mais uma vez: amo seus textos.
Beijos ;**
OLÁ. ESTIVE POR AQUI. TUDO BLZ? MUITO LEGAL E INTERESSANTE. APAREÇA POR LÁ. ABRAÇOS.
ResponderExcluirOLÁ. ESTIVE POR AQUI. TUDO BLZ? MUITO LEGAL E INTERESSANTE. APAREÇA POR LÁ. ABRAÇOS.
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