Melancia aguada

Quando eu era mais nova e acompanhava minha mãe nas idas ao supermercado, sempre via os livros da Marian Keyes nas prateleiras. Achava as capas engraçadinhas e bonitinhas, apesar de nunca ter me interessado em saber do que se tratava o conteúdo. Também não lembro quanto os livros custavam na época, mas com certeza eram caros demais para os meus padrões de pré-adolescente.

Só agora, na casa dos vinte, comprei o meu primeiro best-seller da Marian. Confesso que nas primeiras páginas de Melancia achei o estilo da autora meio enjoado e o arrependimento começou a bater. Por uns dias joguei o livro de volta no armário e fui me distrair com o detetive Hercule Poirot.

Mas como sou persistente, e tenho a teoria de que todas as leituras fluem melhor depois que eu passo da centésima página, estou dando mais uma chance – apesar do texto ainda descer travando em alguns capítulos.

Enquanto não termino a leitura, só posso adiantar que Melancia me lembrou de períodos em que precisei me reerguer sozinha. E do quanto ando meio sabática em relação à minha vida pessoal e, principalmente, amorosa.