1.10.17

Na contagem para os trinta

Às vezes encontro uns textos bonitinhos falando sobre a chegada dos trinta anos. Alguns trazem uma lista de coisas para fazer, outros dão conselhos para não surtar, há os que mostram as vantagens de se estar na casa dos trinta e os que mostram a diferença entre as expectativas que a gente criava na nossa cabeça durante a infância e a “dureza” da realidade.

Enquanto criança, ao contrário da maioria das meninas que brincavam comigo, nunca me imaginei com marido e filhos. Nem fazendo algo fora do comum. Nunca tive esse tipo de cobrança sonhadora para o futuro. Nas poucas vezes que eu pensava na vida adulta, me via como uma funcionária pública trabalhando no mesmo local que a minha mãe, com o cabelo solto e comprido e usando batom.

Ainda não estou na casa dos trinta, apenas pertinho o bastante para que minha única grande preocupação seja conseguir, realmente, me tornar funcionária pública. Conseguir uma estabilidade financeira para ajudar minha mãe, ter um cantinho para decorar do meu jeito, poder conhecer outros lugares. Seria ótimo se eu tivesse conquistado essas coisas aos vinte e poucos anos, mas aprendi que cada um tem o seu tempo.

Perto dos 30, ainda existe aquela chatice de relógio biológico e prazo de validade, que algumas pessoas gostam de enfatizar, mas não estar casada e não ter filhos não é o fim do mundo. Nada contra quem achou cedo sua metade e vive feliz debaixo do mesmo teto, rodeado de crianças pequenas e alegres cachorros adotados. O que me interessa, no momento, é conquistar minha independência financeira, ter um relacionamento honesto com alguém que não me pressione dia e noite para ter um filho, ter liberdade para não precisar de permissão até para comprar um liquidificador.

Faltando poucos dias para trintar, sei que não conquistei bens materiais ou uma carreira de sucesso. Não estou casada, não comprei um caro zero km, moro com os meus pais de novo, nunca fiz uma viagem internacional, não tenho namorado nem vida social. Ou seja, não sou um exemplo para gerar inveja entre ex-colegas. Mas de uma coisa tenho certeza: perto dos 30 aprendi a me amar, a me valorizar, a tentar viver em paz. O resto acontece na hora certa.


6 comentários:

  1. desde que sejas feliz contigo própria o resto aparece quando tiver que ser :)

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    1. As pessoas é que inventaram essa corrida maluca, como se fazer 30 anos fosse o fim. Procurar viver bem, sem pensar tanto em dinheiro e bens materiais, quase ninguém quer. Beijos!

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  2. Acho que toda essa história de precisar ter determinada vida antes de tal idade não faz sentido algum, sabe? Só temos que ser o melhor pra nós mesmas e mais ninguém. E olha, aprender a se amar é um passo tão enorme, que vale mais que muita coisa material <3
    Conheci seu blog hoje, adorei aqui! Achei tudo tão leve e querido <3

    Limonada (antigo Novembro Inconstante)

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    1. Seja bem-vinda, Tati!! E muito obrigada pelo elogio :D

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  3. é tão bom a gente se sentir satisfeita com nossa vida e tudo ao redor, né? mesmo faltando muita coisa pra chegar ao "sucesso", se sentir bem com o pouco que tem é essencial. e, na verdade, tudo tem seu tempo mesmo, você que tem que aprender a ser feliz de qualquer maneira, mesmo tendo muito ou pouco.

    bjinhos,
    sté.

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    1. Eu estudo para concursos, e muitas vezes, fui deixando a vida para depois, achando que quando eu passasse as coisas se acertariam e eu viveria feliz. Mas como eu não sei quanto tempo vou levar até passar, e não sei quanto tempo vai durar a empolgação da aprovação, decidi ser feliz com o pouquinho que tenho no momento. Beijos!!

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