28.1.12

Azar demais, sorte em dobro

Algo de bom, muito bom, deveria acontecer depois de tantos dias catastróficos. Os coleguinhas que me aguentam todas as manhãs no jornal dizem que isso é apenas coisa da minha cabeça. Azar não existe. Mas desde que me entendo por gente, e olha que isso faz um tempo, acredito que períodos prolongados de azar significam sorte em dobro.

Porque depois de duas semanas com uma TPM devastadora; de ir trabalhar à noite, mas chegar ao prédio do jornal para pegar a câmera, e descobrir que esqueci a chave da redação em casa; de enfiar o pé na lixeirinha do trabalho e enganchar o bolso da calça na cadeira; de chegar à loja do Boticário no exato momento em que a vendedora encerrou o caixa e, portanto, perder a promoção dos 20% em todos os perfumes; de ter enxaqueca por uma semana seguida; de ver o meu livro de fotografia passar longos 17 dias em busca, e sem nenhuma previsão de postagem, no sistema da Saraiva; de receber a notícia de que minha avó teve um resultado ruim em um exame, e não sabemos o que virá depois disso; de entrevistar uma pessoa, e a mesma soletrar palavra por palavra, achando que não sei escrever rápido; de passar uma tarde inteira dormindo e acordar com indigestão; de terminar a leitura de um livro e não ter entendido porra nenhuma; do então namorado pedir demissão de tal função em minha vida, por um motivo além dos meus esforços e bastante doloroso ao meu coração; de conseguir uma das vagas por seleção de diploma, passar como primeira colocada no curso que escolhi, e descobrir que a única disciplina que eu desejava foi ofertada no pior dia da semana, coisa que, provavelmente, adiará minha volta aos estudos; e depois de tanta coisa, mas tanta coisa dolorosa e ruim, o mínimo que a vida me deve é uma recompensa bem grande.

Um comentário:

Oi, tudo bem? :)