16.7.20

Vai-e-vens

Apenas quando escrevo percebo o quanto tenho sido afetada pelo isolamento. Num período estou bem, inspirada e inventando coisas para fazer, no outro me sinto perdida num labirinto de tristeza e indisposição.

Verdade que nunca fui muito de sair e sempre tive poucos amigos. Minha rotina era simples, frequentava os mesmos lugares e basicamente passava meus fins de semana entre séries e livros. Mas, parando para pensar, nas duas grandes crises que tive ao longo desses meses isolada em casa, a causa foi praticamente a mesma – meus sentimentos por você.

Na angústia de ficar entre quatro paredes com a vida social parada, e sentindo falta de certos contatos com outros humanos, me apeguei ao mínimo de atenção que estava recebendo. O resultado? Coloquei vírgula, ponto e vírgula, travessão, reticências, ou qualquer outra pontuação, numa história que deveria ter sido encerrada na primeira frase sem reciprocidade.

Bom, de vez em quando acontece. Em momentos de vulnerabilidade cometo a besteira de ignorar minha intuição, em troca de migalhas afetivas, e esqueço todos os indícios que apontam para uma decepção futura. Me desrespeito por insistir, por dar novas chances, e acabo sofrendo por quem não me quer de verdade.

Talvez pelo desgaste emocional do distanciamento, dessa vez o tombo tenha sido mais dolorido. Talvez porque eu gostava de encontrar alento na companhia daquela sua foto pequenininha no topo das minhas conversas. Talvez porque eu estava inteiramente envolvida em (re)descobrir nossos gostos em comum e (re)criando expectativas. Ou talvez porque eu estava ficando apaixonada.

Não sei, não sei e não sei. No caos do mundo eu quis você para alegrar o meu.

2 comentários:

  1. Oi, Larissa.
    É muito bom estar apaixonada... Às vezes o sentimento não é recíproco, mas tem gente que nos faz tão bem, que é impossível ignorar alguns sentimentos.
    Espero que você consiga ficar mais tranquila em relação ao isolamento, realmente não é fácil.
    Beijos!

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    1. Eu sinto falta de uma paixão correspondida, da sensação boa de gostar de alguém. Há anos não sei o que é isso e, infelizmente, cada vez mais as pessoas preferem coisas superficiais.

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Oi, tudo bem? :)